Queda do consumo de vinho no mundo; Compreender relatório
Nesta semana de Páscoa, a melhor notícia do vinho vem de Portugal, o país que, aqui, é sinônimo de vinho para a Páscoa. Não há explicação formal para isso, mas é um período em que os consumidores brasileiros procuram mais rótulos portugueses, provavelmente porque relacionamos bacalhau e chocolates aos vinhos do país. A boa notícia é que Portugal vai na liderança quando o tema é o consumo per capita de vinho.
No relatório da OIV, a Organização Internacional de Vine e Vinho, o país consumiu 61,1 litros de vinho para uma pessoa com mais de 15 anos em 2024. Em segundo lugar é a Itália, com 42,7 litros por habitante e, terceiro, França, com 41,5 litros. O Brasil ocupa o 19º lugar, com pifios 1,9 litros por habitante por ano.
Mas a liderança passa para os Estados Unidos ao analisar o consumo total de vinhos. O país registrou um consumo anual total de 33,3 milhões de hectoliters no ano passado, mesmo com uma redução de 6% em comparação com 2023. Este volume é de 10 milhões de hectolitros mais alto que a França, que ocupa o segundo lugar, com 23 milhões de hectolitores. A Itália chega em terceiro, com 22,3 milhões de hectolitros.
Consumidor
Mas o relatório OIV, divulgado nesta semana, não é exatamente positivo para o mundo do vinho. Primeiro, o consumo mundial caiu 3,3% no ano passado em comparação com 2023, atingindo 214 milhões de hectolitros. É o nível mais baixo desde 1961. As explicações são as mais diversas, de acordo com John Barker, diretor administrativo da entidade. A inflação e a incerteza sobre o mercado são razões econômicas, mas elas também somam temas sociais, como a tendência das novas gerações de reduzir o consumo de álcool. E mais incertezas devem adicionar em 2025.
A produção global de vinho também caiu. 4,8% menos vinho foram feitos no ano passado em comparação com 2023, totalizando 225,8 milhões de hectolitros (na previsão anterior, a OIV estimou uma retração de 2%). Aqui não estão tantos fatores econômicos que explicam a queda, mas climáticos, como calor excessivo, em algumas regiões e as geadas da temporada. A maior retração de produção ocorreu na França, com uma queda de 24%, causada principalmente por geada.
Liderança
A Itália retornou a liderança entre os maiores produtores de vinhos. No ano anterior, essa posição foi ocupada pela França, que agora ficou em segundo lugar, seguida pela Espanha. Mas a área mundial das vinhas caiu 0,6%. A Espanha continua primeiro quando o tema é a extensão das vinhas – existem 930 mil hectares de vinhedos, seguidos pela França, com 783 mil hectares e, terceiro, pela China, com 753 mil hectares de vinhedos.
A Itália é o país que a maioria dos vinhos exportados no ano passado, com 21,7 milhões de hectólitos, seguidos pela Espanha (20 milhões de hectolitros) e França (12,8 milhões de hectolitros). Mas em valor, a ordem é revertida com a França na liderança, com 11,7 bilhões de euros, seguidos pela Itália (8,1 bilhões de euros) e Espanha (3 bilhões de euros).
Os maiores importadores, em volume, são a Alemanha (12,7 milhões de hectoliters), Inglaterra (12,6 milhões de hectolitadores) e Estados Unidos (12,3 milhões de hectolitros). Nos valores, as mudanças no ranking, com os Estados Unidos liderando, com a importação de 6,3 bilhões de euros no vinho, seguidos pela Inglaterra, com 4,6 bilhões de euros e Alemanha, com 2,5 bilhões de euros.
Finalmente, o OIV anunciou a produção da produção de 2025 dos países do hemisfério sul, à medida que a colheita acontece no primeiro tempo. A tendência é aumentar a produção em todos eles, o Brasil, inclusive. A queda apenas no Chile. Mas aqui é apenas uma previsão.