Que melhor vinho tinto para acompanhar o bacalhau na Páscoa?
Uma das máximas da harmonização gastronômica diz que os brancos se combinam com peixes e vermelhos com carne. Mas como o bacalhau está nessa história, especialmente nos tempos da Páscoa? Os portugueses deixam essa saia apertada afirmando que o bacalhau não é peixe, é bacalhau. E eles seguem não apenas combinados com sua receita mais típica com vinhos vermelhos, mas essa harmonização convencida.
Qual é o melhor vinho tinto para bacalhau?

Rodrigo Lanari, sócio da empresa de consultoria Winext, especializada no mercado de bebidas, durante a degustação de vinhos para a Páscoa 2025. Foto: Alex Silva/ Estadão
Certamente não aqueles com muitos taninos, como um tannat, um petit verdot e até um cabernet sauvignon. As uvas pintadas portuguesas, como um turista nacional ou uma tinta, podem indicar uma maneira. “O sal de bacalhau pode cair com o tanino do vinho”, ensina Sommelier Gianni Tartari, elegeu duas vezes o melhor do Brasil. Sua dica é procurar vermelhos de vinícolas mais quentes, onde o tanino tende a ser mais delicado e não perturbar tanto nessa harmonização.
Como o teste foi realizado?

Felipe Campos, médico e professor da Escola de Vinhos, durante degustação de vinhos para a Páscoa 2025. Foto: Alex Silva/ Estadão
Com essas instalações, o sabor selecionou 18 vermelhos disponíveis no mercado brasileiro, de variedades tão diversas quanto Pinot Noir, Cinsault ou Bonarda. A demanda era de uvas com menos taninos, mais leves e com boa acidez (tal frescura), o que deve tornar a harmonização mais agradável. Desse total, apenas quatro vinhos são portugueses.
A degustação apresentava três especialistas: o sommelier Gianni Tartari; Felipe CamposProfessor na Escola de Vinhos da Escola de Vinhos, e Rodrigo LanariParceiro da Winext Consultoria. Além de provar vinhos cegos, os jurados procuraram encontrar a melhor receita de bacalhau para cada vinho. Para isso, eles foram baseados no livro de receitas, publicado pelo paladar com 78 receitas de peixes. Com o relacionamento dos ingredientes e a descrição do modo de preparação, é possível indicar as receitas que tendem a combinar com cada vinho.

Da esquerda para a direita: Rodrigo Lanari, Gianni Tartari e Felipe Campos, na degustação de vinhos para a Páscoa. Foto: Alex Silva/ Estadão
No final, eles escolheram os três principais vinhos, por sua qualidade, mas também pela capacidade de combinar com o peixe. São eles: Pizzato Merlot brasileiro do Merlots Reserva 2023; Curiosidade Chilena Curiosity Cinsault 2017 e português Paulo Laureano Vinas Velhas Velhas Seleção Privada 2018, que são destacados.
Em todos os testes realizados pelo Taste, o relatório examina as marcas disponíveis no mercado. E nos dias anteriores ao teste, as amostras são selecionadas entre os importadores de vinho. A degustação dos vinhos fica cega. O paladar testado é uma iniciativa 100% editorial. Além disso, o júri também não tem conhecimento dos quais os rótulos fazem parte da seleção antes do resultado da investigação.
Conheça o regulamento do paladar testado 2025
*Os preços dos produtos foram determinados no último semestre de março de 2025.
Os três vinhos vermelhos mais avaliados
Pizzato Merlot of Merlots Reserve 2023, Vale Dos Vinhedos, Brasil, conquistou o selo do primeiro lugar Foto: Alex Silva/ Estadão
1 ° – Merlot Pizzato de Merlots Reserve 2023, Vale dos Vinhedos, Brasil
Preparado apenas com Merlot, foi o destaque da raça, com notas de frutas vermelhas maduras e um toque elegante do torrado pela passagem em barris de carvalho. No paladar, possui taninos aveludados, boa acidez, com equilíbrio e persistência. Tende a se casar com um bacalhau Gomes de Sá, receita do norte de Portugal. Tem 13,5% de álcool. (R $ 139, em Pizzato)
Eclat Curiosity Cinsault 2017, Itata, Chile, Siegel Naranjo Viognier 2023, Balcchaga, Chile, conquistou o selo do segundo lugar Foto: Alex Silva/ Estadão
2 ° – éclat curiosity cinsault 2017, itata, chile
Diretamente do sul do Chile, este vermelho da vinícola Valdivieso conquista as boas notas de frutas vermelhas maduras, com uma nota esfumaçada muito agradável. Tem personalidade, taninos firmes, mas não intensos, e boa acidez. Pede um bacalhau com um pimentão e PAIO português. Tem 14% de álcool. (R $ 148, em Ravin)
Paulo Laureano Vinas Velhas Velhas Seleção Privada 2018, Alentejo, Portugal, conquistou o selo do terceiro lugar Foto: Alex Silva/ Estadão
3º – Paulo Laureano Vinhas Velhas Seleção Privada 2018, Alentejo, Portugal
É um poderoso vermelho, uma região quente (a zona de VidiGeira em Alentejo), com muitas notas de frutas vermelhas, especiarias doces, floral (Esteva, violetas). Com o corpo de intensidade média, traz taninos firmes, acidez de intensidade média e muita persistência. Peça receitas com muito azeite, como bacalhau, com cebola caramelizada e batata. Tem 15% de álcool. (R $ 420, em Alentejana Adega)
Os 18 vinhos testados na avaliação do júri, em ordem alfabética

As dezoito marcas que participaram da degustação, que elegeram o melhor vinho tinto para se harmonizar com o bacalhau na Páscoa. Foto: Alex Silva/ Estadão
A marca de combate de Catena, a Alamos Line apresenta essa bonarda com frutas pretas, como ameixas maduras, com um bom toque floral. Taninos presentes e secos, corpo médio, equilibrados com sua acidez. Pede um bacalhau para o napolitano. Tem 13% de álcool. (R $ 128,60, em Mistral)
Na intensa cor do rubi, possui notas de frutas pretas, como ameixa e cerejas pretas, muito maduras, com boa complexidade aromática. Equilibrado, com corpo médio, taninos firmes e acidez presente. Um peixe -bacalhau Al Pil Pil deve permitir o contraste da receita salgada com as notas quase doces da fruta madura deste vermelho. Tem 13,5% de álcool. (R $ 266, no epice)
Um vinho saboroso que mistura várias notas de frutas vermelhas, parecidas com cerejas e alcaçuz. Apresenta um bom equilíbrio no sabor, com poucos taninos, mas mais aveludados, com acidez firme. Combina com um medalhão de bacalhau com ervas aromáticas. Tem 12,5% de álcool. (R $ 231,90, em Cantu)
Um vermelho poderoso já nos aromas de frutas vermelhas maduras e notas florais, bem integradas às notas de barril. Persistente, concentrado, com taninos aveludados e acidez média. Esse sabor mais untuoso convida um bacalhau com creme. Tem 14% de álcool. (R $ 239, na qualimpor)
De cor rubi translúcida e pequeno corpo, este pinot noir traz aromas de frutas vermelhas, com bom equilíbrio na boca. Possui poucos e taninos sedosos, acidez mediana, que combina com um Ravioli de bacalhau. Tem 12,5 % de álcool. (R $ 299, em Chez France)
Diretamente do sul do Chile, este vermelho da vinícola Valdivieso conquista as boas notas de frutas vermelhas maduras, com uma nota esfumaçada muito agradável. Tem personalidade, taninos firmes, mas não intensos, e boa acidez. Pede um bacalhau com um pimentão e PAIO português. Tem 14% de álcool. (R $ 148, em Ravin)
Do vale de Leyda, fortemente influenciado pelos ventos do Oceano Pacífico, nasce este rubi vermelho. Digno de nota são notas de frutas vermelhas frescas e um tempero. Do corpo claro a médio, com taninos médios, a persistência média, traz taninos macios. Tende a combinar com um bacalhau. Tem 13,5% de álcool. (R $ 229,90, em Grand Cru)
No estilo de vinho mais alternativo, elaborado com baixa intervenção, e a turbidez (não filtrada) se destaca para as frutas vermelhas maduras e as notas que se referem a couro e um toque no terraço. Possui poucos taninos, destacados acidez, que convidam um lombo de bacalhau com a crosta de Champignon. Tem 12% de álcool. (R $ 165, em La Croix)
Vermelho claro, com aromas que se assemelham a goinas e frutas vermelhas, muito frescas. No paladar, traz corpo leve, boa acidez e notas frutadas, tudo para combinar com um pastel de bacalhau. Tem 13% de álcool. (R $ 206,40, no World Wine)
Um muito legal, leve e fácil de beber. Traz notas de morangos, ainda azedas e um toque floral. Se destaca por sua acidez quase cítrica e aromas intensos, até com pouco de boca e os taninos pouco presentes. Peça um bacalhau no forno com emulsão de limão. Tem 13,5% de álcool. (R $ 155, na Decanter)
O representante alemão do Pinot Noir, no país chamado Spätburgunder, tem uma cor rubi translúcida, com notas de morangos e cerejas maduros e um leve toque terreno. No paladar, possui corpo médio, taninos muito sedosos e uma acidez que convida o bolo de bacalhau. Tem 13% de álcool. (R $ 274 em Weinkeller)
Representante do norte da Itália, este barbera traz notas de frutas vermelhas maduras, misturadas com especiarias doces como a canela. Com corpo médio, possui taninos muito sedosos e baixa acidez. Tende a se casar com um bacalhau com batatas, presunto e ovos de palha. Tem 13% de álcool. (R $ 229,90, na Casa Flora)
Com coloração pálida do rubi, possui aromas muito intensos de frutas vermelhas frescas, remanescentes de cerejas e framboesas. Leve, tem poucos taninos, acidez acentuada e alguma rusticidade. Você deve combinar com um bacalhau com grão de bico, batatas e cenouras. Tem 14% de álcool. (R $ 198, em CecConello)
É um poderoso vermelho, uma região quente (a zona de VidiGeira em Alentejo), com muitas notas de frutas vermelhas, especiarias doces, floral (Esteva, violetas). Com o corpo de intensidade média, traz taninos firmes, acidez de intensidade média e muita persistência. Peça receitas com muito azeite, como bacalhau, com cebola caramelizada e batata. Tem 15% de álcool. (R $ 420, em Alentejana Adega)
Preparado apenas com Merlot, foi o destaque da raça, com notas de frutas vermelhas maduras e um toque elegante do torrado pela passagem em barris de carvalho. No paladar, possui taninos aveludados, boa acidez, com equilíbrio e persistência. Tende a se casar com um bacalhau Gomes de Sá, receita do norte de Portugal. Tem 13,5% de álcool. (R $ 139, em Pizzato)
Na safra de 2017, este vermelho da casa de Ferreirinha tem o ganho de ter alguns anos de guarda. Isso deixa o vinho pronto para o bacalhau. No nariz, ele se destaca para os aromas de frutas pretas maduras em medida, casadas com as notas provenientes da passagem através de barris. Taninos firmes, com acidez precisa, são seus destaques no sabor. A escolha é uma caldeira de bacalhau. Tem 14% de álcool. (R $ 284, em Zahil)
As notas de Malbec são evidentes neste vermelho, elaboradas com maceração carbônica (em tanques fechados), frutas vermelhas frescas e maduras, uma nota de violeta, taninos presentes e aveludados e acidez média. A sugestão é um bacalhau com leite de coco. Tem 13,2% de álcool. (R $ 180, na boca a boca)
Desenvolvido apenas com a uva zweigelt nativa, é um vermelho com cor clara de rubi, com aromas muito frutados, remanescentes de morangos. Possui um corpo leve e certa rusticidade no sabor, que tende a combinar com uma parte do bolo de bacalhau. Tem 12,5% de álcool. (R $ 185 em Berkmann)